No DF, projeto EnvelheSer Ativo, do UNICEPLAC, promove saúde, interação social e qualidade de vida para idosos
A expectativa de vida da população brasileira chegou a 76,6 anos em 2024, um aumento de 2,5 meses em relação ao ano anterior. Entre os homens, a média passou de 73,1 para 73,3 anos, enquanto as mulheres seguem com maior longevidade, avançando de 79,7 para 79,9 anos. Os dados são da pesquisa Tábuas de Mortalidade 2024, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (28/11).
O salto na longevidade brasileira é ainda mais expressivo quando se observa a evolução histórica. Em 1940, uma pessoa que completasse 60 anos viveria, em média, mais 13,2 anos. Em 2024, esse número subiu para 22,6 anos, um aumento de nove anos.
“Os fatores que contribuem para o aumento da expectativa de vida incluem os cuidados com a saúde, como a prática de atividade física, a melhora da alimentação, o avanço das áreas médicas e o aumento da conscientização da população, que vem adotando hábitos mais saudáveis e um estilo de vida voltado para a longevidade”, explica a professora Katiane Duarte Felix, mestre em Gerontologia, especialista em ortopedia, traumatologia e reumatologia, e docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNICEPLAC.
Na instituição, ela coordena, ao lado da professora Tatiana Parada Romariz Rodrigues, especialista em neurofuncional e mestre em educação, o projeto EnvelheSer Ativo. A iniciativa envolve estudantes de Fisioterapia, do 1º ao 8º semestre, e já beneficiou dezenas de idosos desde março deste ano. Os encontros oferecem exercícios físicos associados à estimulação cognitiva, atividades de dança, palestras e eventos temáticos.
“Os alunos colocam a teoria em prática e têm a oportunidade de interagir com os idosos de forma enriquecedora. Projetos voltados para essa faixa etária, como grupos de convivência, oficinas de arte, dança, coral, atividades físicas e ações comunitárias, promovem o envelhecimento ativo ao possibilitar a troca de experiências, a criação de vínculos afetivos, o aumento da autoestima e o aprendizado contínuo. Além disso, o ambiente é acolhedor, respeita as limitações e valoriza as capacidades de cada participante”, destaca a professora Katiane.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), envelhecimento ativo é o processo de otimizar oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Isso envolve manter a funcionalidade física e cognitiva, preservar a autonomia para atividades cotidianas, participar da comunidade e fomentar o senso de propósito e pertencimento.
“Quando o envelhecimento é visto sob uma perspectiva ativa, essa fase da vida pode ser vivida com dignidade, autonomia e qualidade. Significa continuar engajado social, física e mentalmente, aproveitando as oportunidades de desenvolvimento pessoal e participação na sociedade, mesmo diante das mudanças naturais do avançar da idade”, reforça Katiane.
A professora também lembra que o envelhecimento pode trazer desafios, como aposentadoria, perdas afetivas e afastamento social, fatores que podem levar ao isolamento, condição associada a doenças como depressão, ansiedade, declínio cognitivo e problemas cardiovasculares.
“Por isso, a socialização é essencial. Manter laços e conviver com outras pessoas estimula o cérebro e as emoções, reduz a solidão, fortalece a autoestima e incentiva práticas saudáveis. O projeto EnvelheSer Ativo busca justamente integrar saúde, interação social e bem-estar para a comunidade idosa do Gama”, conclui a docente.






